O objetivo primordial do clínico é “melhorar o tratamento dos doentes” e o radiologista pode beneficiar muito com a inteligência clínica aplicada à interpretação de imagens, aumento da melhoria do workflow do serviço de Radiologia. Em entrevista o João Abrantes, do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, destacas as vantagens e os principais desafios desta nova tecnologia que pode facilitar a organização e gestão clínica. Veja o vídeo.

Graças à inteligência artificial, o especialista acredita que o radiologista tem uma “melhor performance” na interpretação dos exames, bem como uma redução significativa de tempo na sua avaliação. Além disso, a uniformização dos resultados em diferentes vertentes, como a avaliação do padrão de densidade mamária, com o objetivo de criar homogeneização.

No entanto, por outro lado, os desafios são “múltiplos”, como esclarece o especialista, uma das barreiras para que a inteligência artificial ainda “não está completamente instaurada na prática clínica”. O principal desafio está presente na organização informática hospitalar, já que é preciso “a integração dos algoritmos de todos os programas que funcionam no contexto hospitalar”.

Além dos elevados custos destas ferramentas, é primordial pensar na “segurança e garantia de eficácia dos algoritmos desenvolvidos para uma população específica, mas que têm de ser validados por dados externos ao local do desenvolvimento, para garantir que funcionam bem em todas as populações”.

Por fim, o especialista destaca as ferramentas de inteligência artificial para “melhorar a própria aquisição das imagens” ou a qualidade da imagem na ressonância magnética. Além disso, para garantir uma correta leitura da mamografia, estes algoritmos vão permitir avaliar o controlo de qualidade na mama, através da avaliação do posicionamento das mulheres durante o exame. “Este é um fator técnico importantíssimo.”