“A idade conta?” foi a questão de partida para a discussão onde a Ana Berta Sousa, do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, participou para debater o estudo genético. Em entrevista, a especialista esclarece: “De facto, a idade conta, porque mulheres com alterações genéticas apresentam elevado risco de cancro da mama.” Assista ao vídeo.
As mutações genéticas provocam um maior risco de cancro da mama, o que leva a que esta patologia surja em idades mais jovens do que na restante população. Neste sentido, “é importante identificá-las e estratificar o risco”. Contudo, esta situação não deriva apenas do resultado do teste genético, esclarece a especialista, considerando também outros fatores.
A Medicina Personalizada é, por isso, primordial para contextualizar e individualizar a história familiar e da própria mulher, criando assim “uma proposta de vigilância e medidas de redução do risco adequadas”.
A fertilidade é também uma das preocupações das doentes jovens, pelo que se deve “discutir o timing para a gravidez, medidas de congelamento e recolha de óvulos, a transmissão da situação à descendência”.
Além disso, a especialista destaca também estudos mais alargados a outros genes, associados a um aumento do risco de cancro da mama. “Esses aumentos não podem ser justificados pelas mesmas medidas e é importantes todos sabermos que não podemos tratar genes de penetrância moderada variante da mesma maneira, fazendo as mesmas propostas quer ao nível da vigilância quer da redução do risco.”